O Maior clássico do Mundo!

A rivalidade entre Argentina e Brasil, que se enfrentam neste sábado, às 21h30m, no estádio Gigante de Arroyito, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, tem uma história de quase 95 anos. Mas é inegável que nos últimos confrontos, especialmente para os brasileiros, as lembranças sejam mais intensas. Foram três decisões, duas de Copa América e uma de Copa das Confederações. Todas vencidas pelo time verde amarelo.

Diferente de algumas pessoas da impressa não considero esse time como “a Seleção do Dunga”, um modo de diminuir a importância do time apenas por ser treinado por um técnico “sem experiências anteriores”. Acho que a seleção tem algo que há muito tempo não víamos em campo, raça, vontade e uma obediência tática sensacional, justamente o fator mais cobrado por toda imprensa na última copa do mundo. Se o Brasil conseguir igualar a vontade e a determinação do seu adversário, nossa técnica será o fator de desequilíbrio nas partidas então voltaremos a ser a mais temida seleção do planeta.

A Seleção brasileira conseguiu com Dunga aliar uma defesa altamente competente, com zagueiros que tem enorme capacidade técnica, tanto para defender como para sair jogando com a bola dominada e ligando um meio campo que além da estrela Kaká, é formado por jogadores que estão longe de serem craques, mas que possuem uma capacidade de recomposição e organização tática pouco vista em antigas formações. A presença de jogadores como Felipe Mello, que caiu com uma luva nesse grupo, Elano que consegue ser um jogador completo para a posição, junto com Gilberto Silva, o único que eu não escalaria, formam um setor extremamente forte, mas sem deixar de ser muito técnico.

Luís Fabiano é um goleador nato, e a presença dele em campo é certeza de que em um lance ele pode decidir uma partida, ao lado de Robinho formam um ataque no mínimo respeitável e muito rápido. A presença de Adriano, Ramires, Julio Batista, Daniel Alves, Maicon, Julio César que vive uma fase sensacional, fazem da seleção uma equipe muito coesa em minha opinião e com jogadores que hoje são os melhores que temos em suas posições. Eu acrescentaria apenas o talentoso Diego da Juventus de Turin à esse grupo.

Seleção é momento e também compromisso, e esses jogadores têm mostrado algo muito importante dentro de um grupo, vontade e sede de vencer com a camisa mais pesada do mundo, diferente do espetáculo vergonhoso protagonizado pelas estrelas brasileiras na última copa do mundo. Se futebol é resultado não há argumentos para criticar o desempenho de nossa seleção sob o comando do Dunga, que vem conseguindo resultados pra lá de convincentes desde que assumiu o cargo, debaixo de muitas criticas e desconfianças.
Maradona diz que a Argentina vai atacar o Brasil na partida deste sábado em Rosário. Acredito, mas apenas em parte. É até óbvio que os “hermanos”, jogando em casa, com a faca no pescoço nestas eliminatórias e precisando de um bom resultado, tomem a iniciativa. Claro! Eles têm que vencer e são, afinal de contas, uma grande seleção do planeta bola. Jogando em casa é normal que partam para cima.

Maradona está careca de saber que com o Brasil não se brinca. Ele, que entende muito de futebol, tem certeza de que em dois ou três contra-ataques o Brasil resolve a partida. Como foi contra a Itália na última Copa das Confederações e o time de Dunga acabou com o grande clássico em 12 minutos, como na decisão da Copa América, quando o time A da Argentina tomou uma sova da nossa equipe B.

A defesa Argentina é fraca. Muito longe do nível de meio-campo e ataque. Sabe que se Zaneti, Otamendi, Sebá ou Heinze tiverem que encarar Kaká, Luis Fabiano ou Robinho já era. A casa cai. E, neste caso, cai pra valer. Nem o mito Diego pode dizer que segue no cargo em caso de uma derrota feia para o Brasil em Rosário.

O time da casa deve tomar a iniciativa, mas terá que ter um cuidado todo especial, pois Dunga sabe muito bem disso e sem dúvida vai preparar a seleção para ser mortal e tentar liquidar a partida nas oportunidades que tiver para isso.

Será um jogaço, a torcida sem dúvida é um fator de incentivo para os donos da casa, mas não temos jogadores tão inexperientes que possam se abalar com esse trunfo argentino, pelo contrário temos jogadores que adoram jogar em ambientes como esse.

Tenho plena confiança em nossa seleção e que faremos um grande jogo, a vitória se vier será uma grande conquista, mas seja qual for o placar esse time tem mostrado que merece nosso crédito e confiança até o apito final do árbitro, vide a final da Copa das Confederações contra os Americanos.